Branding Iceberg
- Salzter Creative
- 3 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de abr. de 2024
O que te faria comprar uma garrafa de água que tem um custo de valor e não um custo de commodity?

Uma boa resposta para a pergunta acima seria: A experiência. Mas uma outra grande pergunta é: "água tem ou não tem sabor?" Isso depende. Vamos observar o case Branding Iceberg para entendermos melhor. A Voss, pra mim, é um grande case de posicionamento de marca, porque eles conseguiram, através do Design, ampliar a percepção do arquétipo do desejo em um produto tão simples quanto a água.
Seria esse o conceito de água premium? Bom a pureza é evidente e nós aprendemos que para que uma água seja própria para beber (sob a ótica da segurança e auto preservação) ela deve ser insípida, incolor e inodora. Ou seja potável. Mas se rompermos a barreira da sobrevivência que está no nível do intelecto lilás da representação do conhecimento humano e avançarmos até o amareilo que transcende a consciência absoluta do indivíduo racional. Descobrimos que existe desejo acima da necessidade básica.
É aí que descobrimos o gosto de uma água incomum que a água, na verdade tem gosto sim, tem o sabor do que você está internalizando para si. Esse gosto, esse sabor é apreciado na alma porque você esta internalizando um conceito de pureza ao consumir Voss e o bem estar que isso gera te conectou com a marca.
Mas como é que isso tudo acontece?
O ser humano possui um instinto natural de desejo, de querer o que aos seus sentidos é agradável. Nesse ponto o indivíduo está diante de uma escolha subconsciente, apenas consumir água para satisfazer minha necessidade básica de sobrevivência ou vivenciar algo que irá matar a sede do meu ego além do físico?
Pensando sobre isso conseguimos perceber também porque existe segmentação de mercado entre públicos, porque as pessoas priorizam coisas distintas porque suas concepções e construções internas são diferentes. Eu explico mais sobre isso no meu vídeo sobre os níveis da consciência humana.
Isso é psicologia e o ser humano gerência seus desejos de forma previsível, ou seja, satisfazê-los porque esse ato comunica algo que afirma prazer no seu interior, quimicamente com a dopamina e emocionalmente, uma cadeia decorrente do processo químico da dopamina.
Então podemos concluir que falar de branding é também sobre como gerir as emoções das pessoas em relação ao que uma marca se propõe com seus produtos e serviços.
Mas analisando de uma forma objetiva, a água Voss possui sim um selo de pureza superior ao de qualquer água porque de fato é extraída dos Alpes norouegueses, ou seja é um produto importado, isso por si só já aumenta o valor percebido do produto, mas como se materializa todo esse neuromarketing da marca? Através do design, puramente, todo esse valor é reconhecido na garrafa de vidro que possui um design único e diferente das demais desenvolvida por Neil Kraft que tinha a intenção de fazer com que a garrafa na verdade parece e um frasco de perfume (outra categoria que utiliza o arquétipo do desejo e da paixão).
Então façamoso um paralelo irônico com origem dessa água das geleiras:
Toda estratégia, todo posicionamento e toda a estrutura do iceberg que é a marca, está debaixo da água , sustentando o que é perceptível, o design; o visual; a garrafa com o nome.
A ponta do iceberg é um resumo do que o sustenta. O design ao mesmo tempo que tem o poder de conduzir a existência estrutural de uma marca também chancela o quão bem construída é essa estreitura, transmitindo de forma palpável e substancial o valor pretendido para fechar o ciclo psico emocional de aquisição e apreciação do consumidor (awareness) valor estruturado, valor percebido e valor consumado.
É disso que se trata esse grande case de marca.